domingo, 24 de abril de 2011

É PRECISO APRENDER E ENSINAR A DISCERNIR ENTRE VIDA OU MORTE, BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO E DECIDIR PELA VIDA, POR GLADIS MAIA.


                                                           
Os currículos modernos nas Escolas e nas Universidades  ensinam muito sobre individualidade e direitos, mas pouco sobre cidadania e responsabilidade. No entanto abusar dos recursos naturais, desgastar o solo, destruir a diversidade natural, desperdiçar, tomar mais do que o necessário ou deixar de repor o que foi usado é mais do que antiético, é imoral!   

Para oferecermos essa educação ecológica, precisamos transformar nossas escolas e universidades. As gerações futuras precisam aprender a utilizar melhor a energia e os materiais disponíveis, aprender a usar a energia solar sob todas as suas formas e eliminar a poluição e o desperdício. Precisam aprender a administrar recursos renováveis e iniciar a imensa tarefa de restaurar, da melhor forma possível, os danos causados à Terra nos últimos 200 anos de industrialização.   

                           
 No entanto, continuamos a educar nossos jovens - como se não houvesse nenhuma emergência planetária - com a mesma educação, que nos permitiu industrializar a Terra, ajudando a piorar a situação. Isso precisa ser dito com ênfase, porque a crise ambiental não é provocada especialmente por pessoas ignorantes, sem escolaridade. É basicamente provocada por pessoas com boa formação que ganham rios de dinheiro, vestem-se impecavelmente, formam-se nas melhores universidades, apreciam pratos finos e lêem bons livros, enquanto orquestram investimentos e leis que arruínam o mundo.   
                                                                       
 As habilidades, aptidões e atitudes necessárias para industrializar a Terra não são necessariamente as mesmas que vamos precisar para curar suas chagas e para estabelecer economias e comunidades sustentáveis. Os grandes desafios ecológicos requerem uma alteração das matérias, do sistema e dos objetivos do ensino, em todos os níveis. Para construir uma ordem mundial sustentável, precisamos desmontar o frágil andaime de idéias, filosofias e ideologias que constituem o currículo escolar moderno. David Orr - professor titular de Pedagogia na Faculdade de Oberlin, Ohio, EUA – já dizía –nos (in  Resurgence nº 160, outubro de 2003) que isso requer cinco medidas.   

                                                                                                      
Primeira - É necessário  que tenhamos um conceito mais amplo da ciência e de um raciocínio mais abrangente, que una o conhecimento empírico às emoções que nos fazem amar e, às vezes, lutar. Não podemos separar a mente ou o corpo do contexto ecológico e emocional. 



  Segundo - precisamos desafiar a presunção contida no currículo oculto, que entende que: o domínio da natureza pelo homem é bom; uma economia de mercado crescente é natural; todo conhecimento, independente de suas conseqüências, é igualmente valioso; e o progresso material é um direito  inalienável nosso . Nos tornamos incapazes de resistir à sedução da tecnologia, do conforto e do ganho imediato.    
                             

Terceiro - precisamos reconhecer o fato de que o currículo moderno ensina muito sobre individualidade e direitos, mas pouco sobre cidadania e responsabilidade. A emergência ecológica somente pode ser resolvida quando um número suficiente de pessoas adquirir uma idéia mais ampla do que significa ser cidadão. É preciso que ela venha a significar o uso feito da terra, das florestas, do ar, da água e da vida selvagem. Abusar dos recursos naturais, desgastar o solo, destruir a diversidade natural, desperdiçar, tomar mais do que o necessário ou deixar de repor o que foi usado é mais do que antiético, é imoral!      
                                                                         


Quarto - precisamos questionar o conceito, amplamente difundido, de que nosso futuro é de constante evolução tecnológica e que isso é bom. A fé na tecnologia permeia todo o currículo, aceitando cegamente a noção de progresso. Esse fundamentalismo tecnológico precisa ser questionado. As mudanças tecnológicas estão nos levando para onde queremos? Qual é o efeito da tecnologia sobre nossa imaginação, em questões sociais, éticas e políticas? E qual é o seu efeito ecológico? Pesquisas realizadas nas melhores universidades do mundo dão conta de que contraria às nossas reais necessidades, que estão relacionadas ao espírito.




E ainda um quinto desafio! A Educação Ecológica exige, antes de mais nada, a reintegração da experiência no ensino, indispensável ao raciocínio. O campus universitário deveria servir como laboratório para o estudo de alimentos, energia, materiais, água e saneamento. O novo currículo precisa ser organizado para desenvolver conhecimento ecológico e habilidade prática.                   
                                                                                


David, acha que  precisamos ir ainda mais longe, unindo as disciplinas. “Para tanto, sugiro que dediquemos parte do currículo, em todos os níveis, ao estudo de um aspecto ou lugar do nosso meio ambiente — um rio, montanha, vale, lago, solo, pântano, determinado animal, pássaros, o céu, a orla marítima ou até mesmo uma pequena cidade. Um curso sobre o rio local poderia começar com uma viagem rio abaixo, para colocar os alunos frente ao objeto do estudo. Depois poderiam escolher diferentes aspectos do rio para estudar: sua evolução, como foi povoado, a ecologia, os peixes e a vida aquática, os efeitos da poluição, as leis que governam o seu uso, e assim por diante. O curso termina com outra viagem, enquanto os alunos descrevem o que aprenderam”. 




  Além de reduzir o impacto sobre o meio ambiente, as instituições de ensino poderiam usar suas verbas para ajudar a economia local e regional. Se o jovem compreende como o mundo funciona em um sistema integrado e por que esse conhecimento é importante para seus objetivos e seu estilo de vida, ele vai saber também como conseguir uma economia sustentável.



Defensores do currículo convencional acreditam que o domínio de uma disciplina, oferecendo conhecimento especializado, é um fim em si. Há necessidade de revertermos essa prioridade para colocar o conhecimento dentro de um contexto ecológico específico, engajando  todos os sentidos dos alunos, não apenas sua inteligência, para que se apaixonem pelo mundo natural.            
                                                                                            


Os alunos deveriam ser estimulados, antes de mais nada, a descobrirem a sua vocação: aquilo que lhes desperta a paixão, o que realmente gostariam de fazer. A vocação indica o que queremos fazer de nossa vida! A carreira é um plano friamente elaborado para obter segurança e um pouco de “prazer”.! A carreira é um teste de QI; a vocação é um teste não somente da inteligência, mas também de sabedoria, caráter, lealdade e força moral. A pessoa sempre pode achar uma carreira dentro de sua vocação. É muito mais difícil encontrar, ao longo da vida, uma vocação na carreira. Pensem nisto professores, e acreditem firmemente  que só através da Educação conseguiremos um mundo mais fraterno e igualitário.

AS CHARGES QUE ILUSTRAM ESTA MATÉRIA  SÃO 
DE AUTORIA DE VALDEZ, RETIRADAS DO SEU SITE:







Waldez Paraense de Acará, nasceu em 07/07/1972, cartunista,Chargista e Ilustrador do jornal Amazônia, com vários prêmios nacionais e internacionais com o Salão Internacional de humor de Piracicaba,livro publicado "querido papai noel" criador das tiras "cobaia", "risco de vida" e "beco do sossego", publicadas diariamente em "Oliberal".casado e pai coruja. (91) 8811 1930

2 comentários:

  1. GOSTEI, FICOU MUITO BOM, OBRIGADO.

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  2. Que bom que gostaste Waldez!Eu é que agradeço a parceria!Tuas charges, cartuns e caricaturas são muito boas. Parabéns! Namastê!

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