quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CENSURA NUNCA MAIS!

 

 

  Estou postando algumas denúncias como estas, sobre censura, embora com data ultrapassada - meu blog é novo -  porque este é sempre um assunto atual e dolorido, que não deve ser nunca esquecido, especialemente por nós que assistimos a instituição de um AI5, e perdemos colegas como Vladimir Herzog.

                                                            Gladis Maia

 

 


 

Chávez proíbe a publicação de imagens sobre violência


Presidente acusa imprensa de tentar tirar proveito eleitoral do tema. Meios de comunicação classificam de censura a medida.
France Presse/G1
A decisão da justiça venezuelana de proibir a difusão de imagens sobre violência foi mais um motivo de confronto entre a imprensa e o presidente Hugo Chávez, que acusa os meios de comunicação de tentar tirar proveito de um tema que preocupa o país, principalmente a um mês das eleições legislativas.
Edição do jornal venezuelano 'El Nacional' publica protesto contra o que chama de censura do governo à imprensa (Foto: AFP)Na sexta-feira passada, o jornal "El Nacional" publicou a foto de uma das salas do necrotério de Caras, onde estavam amontoados vários corpos, uma imagem forte, que dias mais tarde foi reproduzida pelo jornal "Tal Cual", outra publicação também muito crítica em relação ao governo Chávez.
O governo questionou a publicação da imagem, chamando-a de "pornográfica", enquanto que nesta terça-feira um tribunal da capital proibiu a toda a imprensa escrita que divulgasse imagens violentas, uma ação que os meios de comunicação classificam de censura.
Segundo a sentença, a imprensa escrita "deve abster-se de realizar publicações de imagens violentas, sangrentas, grotescas, que de uma forma ou de outro vulnerem a integridade psíquica e moral das crianças".
A proibição será aplicada por um mês a contar de terça.
A Defensoria do Povo e o Conselho de Direitos da Criança anunciaram igualmente que abririam ações judiciais contra El Nacional.
"Uma pessoa só pode comover-se quando pensa nas consequências que pode ter na infância, exposta a estas situações", declarou a presidente deste Conselho, Litsbell Díaz.
Chávez também se referiu à fotografia do necrotério e às críticas pela crescente insegurança na Venezuela, ao afirmar que "há uma manipulação politiqueira e pornográfica do tema da violência e da criminalidade".
"Este tema da violência, do crime, converteu-se num fator antirrevolucionário de peso", acusou Chávez, insistindo que o "problema da segurança é um assunto mundial".
Há alguns dias, o presidente também criticou a transmissão no canal CNN do documentário "Os guardiões de Chávez", realizado por uma tv espanhola, que falava da violência em Caracas e a suposta presença de guerrilheiros colombianos na Venezuela.
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O episódio aí de cima me lembrou o que viveu o Correio Braziliense entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2002.
Primeiro, o jornal foi proibido pela Justiça local de continuar publicando uma série de reportagens sobre ocupação irregular de terras públicas em Brasília. O próprio governador Joaquim Roriz (PMDB) estava envolvido no caso.
Depois Roriz pediu e a Justiça decidiu fazer censura prévia no jornal. Certo dia, um oficial de Justiça se instalou na redação e leu todas as notícias que o jornal publicaria no dia seguinte. Cortou algumas. Virou um escândalo nacional. O Tribunal Superior Eleitoral desautorizou a Justiça local.
Mas as reportagens que envolviam Roriz com grilagem de terra continuaram proibidas. Durante cinco dias elas ficaram camufladas no site do jornal. Até que a Justiça descobriu e também mandou retirá-las dali.


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