terça-feira, 5 de abril de 2011

Se o amor é a preocupação com a vida e com a evolução daquilo que amamos, precisamos educar nossas crianças.

                     Sonho que se sonha só
                       Pode ser pura ilusão.
                     Sonho que se sonha juntos
                É sinal de solução
           Então vamos sonhar
     Companheiros
Sonhar em mutirão ...
                Zé Vicente


O senso ético advém da pessoa ser capaz de se colocar no lugar das outras e estabelecer limites à sua conduta com a finalidade de não ser o causador de dramas para terceiros. Mas, é comum ouvirmos reclamações de pessoas que se sentiram desrespeitadas em seus direitos.


É o médico que marca uma hora com o paciente e o deixa esperando por longo tempo, sem dar satisfação; o advogado que assume uma causa e depois não lhe dá o encaminhamento necessário, deixando o cliente em situação difícil; o contador que se compromete perante a empresa em providenciar todos os documentos exigidos por lei e, passados alguns meses, a empresa é autuada por irregularidades que este diz desconhecer; o engenheiro que toma a responsabilidade de uma obra, que mais tarde começa a ruir, sem que este assuma a parte que lhe diz respeito; é o político que promete mundos e fundos e, depois de eleito, ignora a palavra empenhada juntos aos seus eleitores...

 Esses e outros tantos casos acontecem com freqüência nos dias de hoje. É natural que as pessoas envolvidas em tais situações, exponham a sua indignação junto à sociedade, e reclamem os seus direitos perante a Justiça. Todavia, vale a pena refletirmos um pouco sobre a origem dessa falta de honradez e de cidadania, por parte de algumas pessoas.

Temos de convir que todos passaram pela infância e, em tese, podemos dizer que não receberam as primeiras lições de honra como deveriam. Foram certamente os pais que falharam e posteriormente - ou concomitantemente - os professores e atendentes das antigas creches, maternais e jardins, hoje chamadas de Escolas de Educação Infantil. E aí encontramo-nos novamente diante de um círculo vicioso, pois quem não recebeu as tais lições em tenra infância, por certo também não saberá ministrá-las aos pequenos. É uma questão de caráter, que, conforme Freud, estabelece-se bem cedo em todos nós, na primeira infância.


 Quando os filhos são pequenos, não recebem a devida atenção às suas más inclinações ou, o que é pior, são incentivamos, muitas vezes, com o próprio exemplo dos pais, irmãos mais velhos, domésticas e os já referidos profissionais da Educação.

Se as crianças desrespeitam os horários estabelecidos, não costumamos cobrar delas uma mudança de comportamento... Se prometem alguma coisa e não cumprem, não lhes falamos sobre a importância da palavra de honra... Assim, a palavra empenhada não é cumprida, e nós não fazemos nada para que seja.
Ademais, há pais que são os próprios exemplos de desonra, não? Prometem e não cumprem. Dizem que vão fazer e não fazem. Falam, mas a sua palavra não tem o peso que deveria!
 É importante que pensemos a respeito das causas antes de reclamar dos efeitos! É imprescindível que passemos aos filhos e alunos lições de honradez!  Cabe-nos ensinar aos meninos que as irmãs dos outros devem ser respeitadas tanto quando as suas próprias irmãs. Que a palavra sempre deve ser honrada por aquele que a empenha. Ensinar o respeito aos semelhantes, não os fazendo esperar horas e horas para só depois atender como se estivéssemos fazendo um grande favor. Enfim, ensinar-lhes a fazer aos outros, o que gostariam que os outros lhes fizessem, como reza a Ética.

Em geral se considera que existe dentro de cada indivíduo um código moral – em grande parte proposto pelo meio social e familiar – cuja transgressão determina uma sensação desagradável de tristeza e vergonha que costumamos chamar de culpa.
 A experiência porém, nos tem-nos obrigado a ver as coisas de uma maneira bastante diversa... Em primeiro lugar, a grande maioria das pessoas não se comporta de um modo tido como digno por seu grupo, porque possui internamente um conjunto de regras que deverão ser seguidas, mas sim por medo das represálias (perda de posições, de afetos, risco de prisão etc.) ou divinas (castigos após a morte).


A maioria das pessoas interrompe desde muito cedo o processo de sair de si mesma e também de tentar enxergar o mundo pelos olhos dos outros.Isto, evidentemente não é assim somente por que a pessoa deseja ser assim, mas por causa de uma grande fragilidade interna que a torna permanentemente ocupada consigo mesma e com seus interesses. São as chamadas pessoas egoístas. 
 O egoísta não desenvolve um verdadeiro senso moral, se comporta sempre com o objetivo de tirar melhor proveito para si em cada situação, o que muitas vezes chegará a coincidir com a conduta ética.Por outro lado, não há efeito sem causa. Basta olhar à nossa volta para nos entristecermos, para não dizer coisa pior.


A política está desacreditada, os nossos direitos são desrespeitados a todo o momento, os cidadãos não sabem onde termina o limite do seu direito e onde começa o dever do Estado, e por isso, muitas vezes, fazem pleitos e críticas sem consistência.

                            
Diante deste estado calamitoso, deixo aqui um convite: vamos pensar no poder que temos para modificar esta situação. Meditar sobre a responsabilidade sobre tudo que anda acontecendo em termos de falta de educação.  Vamos convir que o presente caos no nosso planeta não é culpa do astral, dos governos, do outro, mas de cada um de nós. Vamos começar aceitando esse desafio, transformando o nosso caos interior, familiar e social e colaborar para que o caos externo seja harmonizado e principalmente, acreditar nos nossos Dever e Poder. Pensem nisso!Namastê!

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