sábado, 10 de setembro de 2011

EU NÃO ME IMPORTO DE SER VELHA PORQUE GOSTO DA PESSOA QUE ME TORNO A CADA DIA QUE VIVO...

 
  
Recebi este texto mais de uma vez por email, não encontrei o(a) autor(a), mas resolvi mesmo assim publicá-lo, depois de pequenas adaptações, porque traz uma lição de vida pela qual todos que passamos dos 50 anos aprendemos. Talvez alguns jovens que o leiam e vejam estas fotos aprendam antes de nós... Gladis Maia


Eu nunca trocaria meus velhos amigos de infância e de adolescência,  sempre criativos e surpreendentes a cada encontro,  minha vida nada pacífica, mas maravilhosa, minha querida família e minhas doces recordações - ou não tão doces assim - por menos cabelos brancos ou por uma barriga tanquinho...

 

 Enquanto fui envelhecendo, passei a ser mais amável para com os outros e menos crítica de mim mesma.  Eu me tornei minha  própria melhor amiga de infância.  Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama ao levantar, ou pela  compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão avant garde no meu jardim.  Eu tenho direito de ser desarrumada, despenteada,  extravagante... Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou ficar no computador até as quatro 
horas e dormir até o meio-dia?


 Eu posso dançar requebrado ao som daqueles sucessos maravilhosos dos  anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo,  desejo chorar por  um 
amor perdido ...  Eu o faço.
 Posso  andar na praia em um short excessivamente esticado, um biquine apertado sobre um corpo decadente, aos olhos de muitos, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set. Eles, também, vão envelhecer. Assim espero ... que eles tenham todo o tempo do mundo para aprender as lições que às vezes só são compreendidas tarde demais... ou não!  Infelizmente vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. 

 


Eu sei que eu sou às vezes esquecida....  Mas a vida é assim mesmo e há mais algumas coisas que devem ser esquecidas mesmo. Eu recordo com muito mais calor, cor e cheiro das coisas boas, das mais importantes e significativas...   


Claro, que ao longo dos anos meu coração foi quebrado, partido muitas vezes.  Como não quebrar o coração quando perdemos  um ente querido, quando vemos uma criança sofrer, ou quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas os corações partidos aprendem com a dor e tornam-se mais fortes. As dores, os sofrimentos nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.




Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos - que às vezes pinto, não para renegá-los, mas porque gosto de variar, sempre fui assim, quando jovem pintei-os até de verde escuro... Sou abençoada por ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Eu nunca fiz plástica, não sou contra quem as fez, mas eu tenho orgulho das marcas que o tempo deixou-me. Muitos nunca riram, muitos morreram e muitos outros vão partir antes de seus cabelos virarem prata. 



À  medida que vamos envelhecendo  fica mais fácil de nos tornarmos positivos.  a gente passa a se preocupar menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errado.     Assim, para espanto da garotada,  eu gosto de ser velha.  o tempo que deixou marcas em mim, também  me libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.  E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer). Pensem nisso... Namastê!

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