A captação do inconsciente é um processo natural e comum, sendo inclusive
a base da transferência nas terapias psicológicas e na aprendizagem. Na
realidade, é o mecanismo básico de toda relação humana, seja ela boa ou má.
Diferenciando-se do conceito de ‘transe mediúnico’, definido por Allan
Kardec, que vincula a ocorrência à influência
dos espíritos dos mortos, os estudiosos do fenômeno denominado ‘psicotranse’ focalizam
mais o lado psicológico desses estados alterados de consciência.
Trata-se de um momento de consciência – em qualquer circunstância - no
qual aconteça uma modificação do nível consciencial, seja nos estados Beta
(vigília), Alfa (estado de meditação ou relaxamento profundo), REM (momento de
sonho, durante o sono), hipnose, ou em qualquer outro estado mental.
Geralmente, as pessoas não percebem as modificações dos estados
alterados de consciência, principalmente quando estes acontecem em nível Beta;
outras vezes têm a sensação que dormiram
e, aparentemente, não lembram do acontecido durante esses momentos, semelhantes
à ‘amnésia pós- hipnótica’.
O psicotranse se confunde - de certa forma - com outras peculiaridades
geradas por nossa mente, como os estados de ausências (ou crepusculares), tão
comuns nas disfunções cerebrais mínimas, geralmente vinculadas às epilepsias. Por
outro lado, esses estados em nada diferem daqueles denominados estados superiores
de consciência, frequentemente vivenciados por santos e místicos.
A tendência da Ciência - antes do advento da antipsiquiatria e da psicologia transpessoal - era a de ver qualquer modificação da consciência, ou do comportamento, como sendo um estado patológico. Lopez Ibor, famoso psiquiatra espanhol, chega a classificar Jesus Cristo como um doente psicótico alucinado.
Felizmente hoje já se admitem as variáveis individuais aceita-se a possibilidade de que o psicotranse possa acontecer espontaneamente, sem que a pessoa perceba suas alternâncias de personalidade, humor etc. São sintomas de outra pessoa, ligada emocionalmente à ela, que poderão ser físicos, psicológicos ou comportamentais. Com o tratamento as pessoas identificam claramente a fonte de origem desses sintomas, libertando-se deles sem sofrer indevidamente.
São numerosos os terapeutas que trabalhavam com essa linha, através dos
procedimentos iniciados pelo Dr. Eliezer Mendes, no IBPC - Instituto de
Parapsicologia Clínica, de Salvador/Bahia, na década de 70. Fica o alerta: se
alguém, subitamente, começar a ‘mudar de personalidade’ ou ‘adoecer’ como se
tivesse sido contagiado por uma doença não contagiosa, já sabem, pode estar diante
de um psicotranse! Pensem nisso. Namastê!
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