terça-feira, 19 de maio de 2015

E agora, José?


      Como disse Drummond, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou, e tudo fugiu, e tudo mofou...

    Pensamentos confusos e na maioria negativos de repente  emergem e instalam-se de uma maneira pegajosa, gerando sofrimento, em quase todos nós, com motivo delineado de forma definida, ou não. A decepção, a falha, o orgulho ferido e a esperança deitada por terra. Como superar a desilusão? Haverá fórmula? Como manter o equilíbrio emocional perante os perigos e as adversidades que surgem abalando a nossa  zona de conforto?

     Cada pessoa reage de forma diferente aos problemas que se apresentam, mas muitos de nós costumamos  ficar presos em comportamentos, sentimentos e pensamentos que em nada contribuem para gerar o reequilíbrio emocional. Algumas das nossas formas de lidar com as questões apresentadas  são muito mais destrutivas e prejudiciais do que assertivas e funcionais.

      Precisamos inicialmente dar tempo a nós mesmos,  para processarmos os acontecimentos, pois se tentarmos seguir em frente sem reflexão, sem analisar os  sentimentos/pensamentos, o que nos transmitem, o impacto que podem ter em si, na nossa  vida e na forma como vamos passar a olhar o mundo ou situações futuras, certamente não será benéfico. Pode demorar um dia, uma semana, um mês. Cada um tem  seu tempo de reflexão, análise e leitura do sucedido.

    Evitemos reações descabidas como passar ao ataque, culpando outros pelo que nos aconteceu e descartando nossas responsabilidades. Vamos também deixar de resistir às circunstâncias, porque aquilo em que nos focamos expande-se, e se ficarmos detidos nas circunstâncias adversas a vida pode tonar-se um tormento. É necessário encarar as decepções para não ficarmos estacionados no passado. A fila anda!

   Consideremos as possibilidades! Ao fazermos à nós mesmos  algumas perguntas simples, um mundo de opções se abrirá: “O que é possível?” ou “O que posso fazer?”, como João ou Maria reagiriam nessa situação? Ao perguntar o que é possível, abrimo-nos à mudança, colocamo-nos num cenário positivo, construtivo e capacitador.

    Avancemos, mesmo perante as dificuldades, o caminho é feito ao andarmos. Muitos são os exemplos que podemos retirar quando analisamos as pessoas bem sucedidas. Elas demonstram uma caraterística que as define como persistentes. Perante a adversidade mantêm o foco nos objetivos traçados, quando a grande maioria das pessoas desistiria. Avançam, mesmo com os pés feridos e o coração sangrando, com os olhos no horizonte, na esperança de dias melhores. Precisamos acreditar na perspectiva a longo prazo.

   Tal como quando vamos a uma academia  para desenvolvermos a nossa condição física, através de um trabalho contínuo, com propósito e comprometimento, cada um de nós poderá fazer o mesmo com a mente, se desejar, pondo foco e atenção no desejo correto e freio nos impulsos.

Quando deixamos os nossos sentimentos nos controlar, a mente acaba adormecendo e tudo corre à revelia dela, através de um programa automático, do qual já conhecemos o final. Pensem nisso! Namastê.

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