Parece que a nossa vida sempre dependeu da política, mesmo
na Grécia Clássica onde ela nasceu no século VI a. C. Vivia-se em pequenas unidades agrícolas
autossuficientes, as riquezas eram produzidas coletivamente, mas já havia uma
espécie de patriarca, o pater, que organizava
as ações administrativas, judiciárias e religiosas.
Com o passar do
tempo, a falta de terras e o uso de técnicas de plantio pouco avançadas, o crescimento
populacional torna-se maior do que a produção agrícola. Os membros mais
próximos do pater passaram a integrar
uma classe de proprietários de terras: os eupátridas
(bem-nascidos), que reinavam sobre os georgoi (agricultores) - pequenos
proprietários - e, no estrato mais baixo ainda estavam os thetas, (os marginais), sem nenhuma propriedade
agrícola.
Na defesa dos territórios os grupos de determinadas regiões passaram
a se organizar em tribos. O agrupamento das tribos e a
influência dos eupátridas determinaram a formação das primeiras Cidades-Estado,
as pólis, cuja povoação se desenvolvia em torno da acrópole, com seus palácios e templos, situada no ponto mais alto da cidade.
A estabilização da sociedade grega aconteceu mediante o aparecimento de uma classe mercantil
politicamente influente, que além do desenvolvimento da atividade comercial realizou
a expansão marítima.
A originalidade das cidades gregas se
centra na possibilidade de se debaterem os problemas de interesse comum em
reuniões de cidadãos chamadas de “assembleias”, que aconteciam em um espaço
público conhecido como “ágora”. A linguagem, por meio do diálogo e da
discussão, passa a ocupar um papel primordial para o convívio. Por meio dela se
rompe com a violência e o uso da força e do medo, já que todos têm no diálogo
os mesmos direitos: interrogar, questionar, argumentar, etc.
Mas ao falarmos da democracia ateniense, é
preciso ressaltar que ela se limitava apenas a determinados indivíduos, considerados
como verdadeiros cidadãos. Atenas
possuía meio milhão de habitantes, 300 mil eram escravos e 50 mil estrangeiros.
Excluindo-se as mulheres e crianças, restavam apenas 10% da população, que englobava os cidadãos
propriamente ditos, capacitados para decidir por todos.
Mas a maior parte da população se achava excluída do
processo político. Aliás, quanto mais se desenvolvia a ideia de “cidadão
ideal”, com a consolidação da democracia, mais a escravidão surgia como
contraponto indispensável, na medida em que ao escravo eram reservadas as
tarefas consideradas menores. Diante disto temos que convir que a humanidade caminha
para a liberdade a passos muito lentos. Pensem
nisso. Namastê!
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