Só ler o título já é difícil. Ler no sentido da
compreensão, do entendimento, da abertura da mente e da predisposição para
aceitar, com ternura ou pelo menos respeito, o enunciado. Como diz Dalai Lama, “pode ser que seus filhos o ensinem a cultivar
a paciência, mas é seu inimigo quem irá ensinar-lhe a prática da tolerância.” Ele
afirma que o ‘inimigo’ é o nosso mestre, que tratado com
tolerância, sem rancor e ódio, estaremos muito próximos da verdadeira
compaixão.
Somente os espíritos elevados vivem no amor e para o amor, soberano porque tudo
vence, transforma e liberta. Todos os sofrimentos na terra são derivados da sua
ausência. O maior dano que alguém pode sofrer nesta passagem pelo planeta é a
incapacidade de estabelecer o verdadeiro caminho para aquilo que lhe é
indispensável, saber amar.
Cada vida, por
mais efêmera que seja, soma muitos dias
que devem ser empregados para a aprendizagem, pois como lixo do universo,
estamos aqui apenas para isso. No caminho há encontros e desencontros com seres íntegros,
santos ou quase, canalhas, corruptos, gigantes, anões, velhos, moços, crianças.
Todos mestres e aprendizes. Ao julgá-los é a nós que estamos enxergando, já dizia
Freud, quando descobriu a projeção, mecanismo de defesa que usamos
incessantemente desde que acordamos até que adormeçamos.
Temos que aprender
a olhar para além da coisa olhada e do pensar a respeito, examinar o que sentimos e o
porquê sentirmos. Sem paranoias a respeito, embora atualmente vivamos numa
sociedade gravemente doente, psicopata por excelência, onde o ‘normal’ é que as
pessoas, não estejam contra nós, mas apenas a favor delas mesmas.
A
tolerância é uma das virtudes mais difíceis de serem cultivadas, porque tememos
o diferente e em função deste medo muitas vezes rejeitamos o novo. É assim que o ser humano
funciona, prefere agregar-se àqueles que
já conhece, aos que possuem comportamento e pensamento semelhantes ao seus.
Tudo o que foge aos padrões é temido como uma ameaça à sua sobrevivência. O
resultado é a intolerância, na família, no trabalho, na comunidade, no Estado,
entre as lideranças mundiais. Sem a aceitação do outro, com seus defeitos e
virtudes, como poderemos reivindicar que nos aceitem?
Por tudo isso, é
preciso tolerância, flexibilidade, em tempos de aldeia global, quando
instantaneamente chegam a nós os fatos, opiniões, atos tresloucados ou
compassivos de alguém do outro lado do planeta. Com a dinamicidade do mundo
atual é necessário estarmos abertos para revermos nossos valores, adequarmos comportamentos, ajustarmos
atitudes, sem perdermos a integridade. Pensem nisso. Namastê!
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