terça-feira, 19 de maio de 2015

Tolerância, paciência, não–julgamento!


Só ler o título já é difícil. Ler no sentido da compreensão, do entendimento, da abertura da mente e da predisposição para aceitar, com ternura ou pelo menos respeito, o enunciado. Como diz Dalai Lama,  “pode ser que seus filhos o ensinem a cultivar a paciência, mas é seu inimigo quem irá ensinar-lhe a prática da tolerância.” Ele afirma que o ‘inimigo’ é o nosso   mestre, que  tratado com  tolerância, sem rancor e ódio, estaremos muito próximos da verdadeira compaixão.

Somente os espíritos elevados vivem no  amor e para o amor, soberano porque tudo vence, transforma e liberta. Todos os sofrimentos na terra são derivados da sua ausência. O maior dano que alguém pode sofrer nesta passagem pelo planeta é a incapacidade de estabelecer o verdadeiro caminho para aquilo que lhe é indispensável, saber amar.

Cada vida, por mais efêmera que seja, soma muitos  dias que devem ser empregados para a aprendizagem, pois como lixo do universo, estamos aqui apenas para isso. No caminho há  encontros e desencontros com seres íntegros, santos ou quase, canalhas, corruptos, gigantes, anões, velhos, moços, crianças. Todos mestres e aprendizes. Ao julgá-los  é a nós que estamos enxergando, já dizia Freud, quando descobriu a projeção, mecanismo de defesa que usamos incessantemente desde que acordamos até que adormeçamos.

Temos que aprender a olhar para além da coisa olhada e do  pensar a respeito, examinar o que sentimos e o porquê sentirmos. Sem paranoias a respeito, embora atualmente vivamos numa sociedade gravemente doente, psicopata por excelência, onde o ‘normal’ é que as pessoas, não estejam contra nós, mas apenas a favor delas mesmas.

A tolerância é uma das virtudes mais difíceis de serem cultivadas, porque tememos o diferente e em função deste medo muitas vezes  rejeitamos o novo. É assim que o ser humano funciona, prefere  agregar-se àqueles que já conhece, aos que possuem comportamento e pensamento semelhantes ao seus. Tudo o que foge aos padrões é temido como uma ameaça à sua sobrevivência. O resultado é a intolerância, na família, no trabalho, na comunidade, no Estado, entre as lideranças mundiais. Sem a aceitação do outro, com seus defeitos e virtudes, como poderemos reivindicar que nos aceitem?

Por tudo isso, é preciso tolerância, flexibilidade, em tempos de aldeia global, quando instantaneamente chegam a nós os fatos, opiniões, atos tresloucados ou compassivos de alguém do outro lado do planeta. Com a dinamicidade do mundo atual é necessário estarmos abertos para revermos nossos  valores, adequarmos comportamentos, ajustarmos atitudes, sem perdermos a integridade. Pensem nisso. Namastê!

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