Haverá
esperança?
Não sei qual o pior desrespeito: se o dos alunos ou o das
autoridades constituídas, até porque um implica diretamente no outro, no lugar
onde quem fala mais alto é o dinheiro. As escolas públicas caindo aos pedaços,
sem o menor suporte tecnológico, educadores recebendo salários aviltantes, em tempos de trabalho escravo, pois a maioria faz
60 h semanais. Getúlio Vargas, onde
estiver, deve se apavorar. Sem contar os
antiquados cadernos de chamadas que precisam ser preenchidos nos finais de
semana e a famigerada correção de provas. Planejamento? Pra quê? É só repetir o
mesmo blá-blá-blá, ditar ou mandar copiar no quadro a giz, as velhas sentenças
e fórmulas.
Mas o assunto aqui é a
agressividade dos alunos que já atingiu todos os limites da civilidade. Já há oito
anos atrás, "Cotidiano das Escolas: entre violências",um estudo realizado pela UNESCO, num universo de 110
escolas de seis capitais do país, apontava que 47% dos professores ou
funcionários, já haviam sido xingados
por alunos e 11% sofrido agressão física
na escola no ano anterior. Passado esse tempo, certamente a coisa piorou bastante.
Outra pesquisa, da mesma época, "A
vitimização de professores e a alunocracia", de Tânia Maria Scuro Mendes e
Juliana Mousquer, da ULBRA, envolvendo 200 professores das redes pública e
privada de dez escolas da Grande Porto Alegre (RS), mostrava que 58% dos
docentes ouvidos não se sentem seguros em relação às condições ambientais e
psicológicas de trabalho.
Este último também indicava
que 89% dos entrevistados
declararam ser a favor de leis que os
amparassem neste sentido. Mostrava ainda que quando comparada com a escola
particular, a pública conta com menos mecanismos de controle da disciplina do
aluno e apoio institucional nos casos de violência, queixa recorrente dos
docentes.
Enquanto projetos tramitam no Congresso para
penalizar alunos que agridem professores, os casos de violência seguem se
repetindo Brasil afora. Toda semana o noticiário estampa em cores esta realidade.
São amordaçados dentro da sala de aula, levam
tapas, bofetadas, pontapés. São até derrubados e pisoteados por estudantes. Sem
contar o vasto campo da internet e suas
redes sociais, onde muitos professores são
expostos ao mais baixo nível de difamação.
Os mais simplistas atribuem este estágio de
falta de respeito contra os professores à existência do ECA, só que os
conceitos aplicados no estatuto, no que se refere aos direitos
humanos, são os recomendados pela UNESCO em todos os países que levam em conta
estes valores, mas esta guerra só existe por aqui, pelo menos no mesmo nível. Pensem nisso. Namastê!
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