terça-feira, 19 de maio de 2015

Educação naufraga em meio a ondas gigantes de desrespeito aos professores..




Haverá esperança?

Não sei qual o pior desrespeito: se o dos alunos ou o das autoridades constituídas, até porque um implica diretamente no outro, no lugar onde quem fala mais alto é o dinheiro. As escolas públicas caindo aos pedaços, sem o menor suporte tecnológico,  educadores recebendo salários aviltantes, em  tempos de trabalho escravo, pois a maioria faz  60 h semanais. Getúlio Vargas, onde estiver, deve se apavorar.  Sem contar os antiquados cadernos de chamadas que precisam ser preenchidos nos finais de semana e a famigerada correção de provas. Planejamento? Pra quê? É só repetir o mesmo blá-blá-blá, ditar ou mandar copiar no quadro a giz, as velhas sentenças e fórmulas.

Mas o assunto aqui  é a agressividade dos alunos que já atingiu todos os limites da civilidade. Já há oito anos atrás, "Cotidiano das Escolas: entre violências",um estudo  realizado pela UNESCO, num universo de 110 escolas de seis capitais do país, apontava que 47% dos professores ou funcionários,  já haviam sido xingados por alunos e 11%  sofrido agressão física na escola no ano anterior. Passado esse tempo,  certamente a coisa piorou bastante.

Outra pesquisa, da mesma época,   "A vitimização de professores e a alunocracia", de Tânia Maria Scuro Mendes e Juliana Mousquer, da ULBRA, envolvendo 200 professores das redes pública e privada de dez escolas da Grande Porto Alegre (RS), mostrava que 58% dos docentes ouvidos não se sentem seguros em relação às condições ambientais e psicológicas de trabalho.

Este último  também indicava que  89% dos entrevistados declararam  ser a favor de leis que os amparassem neste sentido. Mostrava ainda que quando comparada com a escola particular, a pública conta com menos mecanismos de controle da disciplina do aluno e apoio institucional nos casos de violência, queixa recorrente dos docentes.

Enquanto projetos tramitam no Congresso para penalizar alunos que agridem professores, os casos de violência seguem se repetindo Brasil afora. Toda semana o noticiário estampa em cores esta realidade.  São amordaçados dentro da sala de aula, levam tapas, bofetadas, pontapés. São até derrubados e pisoteados por estudantes. Sem contar o vasto campo da internet  e suas redes sociais,  onde muitos professores são expostos ao mais baixo nível de difamação.


Os mais simplistas atribuem este estágio de falta de respeito contra os professores à existência do ECA, só que os conceitos aplicados no estatuto, no que se refere  aos  direitos humanos, são os recomendados pela UNESCO em todos os países que levam em conta estes valores, mas esta  guerra  só existe por aqui, pelo  menos no mesmo nível. Pensem nisso. Namastê!

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